sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Desabafo...

      Ó tempo cruel, dispersa-se por entre os dedos como as areias do deserto, ele continua me batendo a porta, a cada dia com mais veemência, a cada dia mais intolerante, sinto que meus últimos dias não demoram a chegar, me dê mais tempo eu lhe peço Sr Tempo, ainda não achei o que procuro, sempre quando penso ter encontrado vem o acaso e me tira o das mãos, como o vento que maroto sopra o monte de folhas secas agrupadas pelo jardineiro.
    Ah lástima que desatina minha consciência, se nem o olhar e nem a fala posso dirigir a pessoa que me toca fundo no peito, o olhar que me cativou infelizmente não posso se quer encarar, a voz doce e suave que me embalava em risos, já não posso ouvi-la.Feliz é aquele que compartilha dos mesmos momentos com essa, sortudo de ter a encontrado antes, enquanto o que me sobrou foi vagar novamente pelo caminho em busca de um novo lugar, me calei??Sim, porquê não quero ser feliz?Não, pois a boa conduta me separa como a um abismo separa o aventureiro dos bosques verde do outro lado.Se ao menos eu soubesse que há alguém do outro lado me esperando, pularia sem pensar, voaria se fosse preciso.
      Ah porquê estas coisas são tão difíceis?Se encontra , se perde...Estou sempre perdido neste caminho, como a um andarilho que anda a noite buscando por abrigo, e quando la encontro uma casa com uma luz tremula, penso devo entrar?Mas como poderia aquela casa já tem dono, me responda como poderia eu?Não sou um ladrão, não posso me usurpar de algo que não é meu, se ao menos a casa quisesse um novo hóspede, prometeria eu a lenha da lareira arder como nunca houvera ardido antes, a aquecendo como nunca houvera sido aquecida.
      Ficarei postado do lado de fora, a beira do caminho , calado até que a porta seja aberta por si só, e que quando ela estiver vazia possa eu preenchê-la, com musicas, risadas, discussões, alegria e tudo que de bom puder ser feito, se o Sr Tempo assim permitir...


"O vento continuarás soprando"

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sentir

Ah! Sentimentos, ter ou não tê-los? Eis a questão... Tempestade arrasadora ou brisa suave? Eis que um pouco de cada sempre se intercalam de uma extremidade a outra. Pessoas passam na sua vida e os excitam, algumas com maior intensidade outras nem tanto. Às vezes você pode até dizer preferia não senti-los, você pode até barrá-los ou evitar que se propaguem. Mas, fazendo isto evitará que se machuque? Talvez, ou se machucara aos poucos. Pois te digo, evitar senti-los é como um mendigo a beira do caminho, apenas recebera migalhas da vida, nunca sentira nada tão bom e nem tão ruim. Nunca entenderá que a vida é feita desses momentos, bons e ruins. De extrema felicidade e tristeza, é isso que faz a vida ser tão única. E o que importa que tudo acabe? Afinal o que realmente importa não é o tempo que as coisas duram, mas sim a intensidade com que são sentidas.
            Todos os dias em sua vida são depositados 86400 segundos para que os aproveite da melhor maneira possível. Mas lembre-se, este mesmo que é te dado ao final de todo dia é retirado, ou seja, estes não são acumulados e você só terá uma única chance de utilizá-los. Então não se arrependa das coisas que fez, se arrependa daquilo que deixou de fazer por medo de se machucar...
            Podem até se ferir, mas saiba que não há felicidade que não possa se transformar em tristeza. Contudo, lembre-se também que não há tristeza que dure para sempre. Estas coisas são partes do aprendizado, cada coisa que você sente é gravada em sua alma, ela é seu diário de bordo. Quando chegar ao final deste longo e tortuoso caminho, que não enxerga sequer após uma curva, que se chama vida. Possa olhar para trás e dizer: eu fiz o meu melhor, não me arrependo dos buracos que cai, nem dos espinhos que pisei, muito menos das flores que colhi, ou dos favos que degustei nesta estrada. Pois não há uma rota pré-traçada que se deve seguir, mas busquem pela felicidade. Não se esqueça que para encontrá-la também se deve conhecer a infelicidade, pois só assim saberá qual realmente você quer... Afinal, a vida é um livro em branco e você só escreve nela quando sente...

"Que o vento seque suas lágrimas, e te faça lembrar que é bom sonhar."


  

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Agonia

É algo que não sei se é dor ou o que há de ser.
Se é felicidade ou tristeza...
É um calor  que te conforta ,e ao mesmo tempo um frio intenso ,que como uma agulhada em sua alma congela toda ela, é um arrepio que passa pela espinha, e que te cobre de calafrios teu corpo, como se fosse um lençol de agonia.
Talvez seja o medo da perda eminente ou da perda ainda não consumada... O desespero que cobre minha alma é intenso e agonio, é a gélida presença do nada invadindo o que era tudo pra você... é o não saber se ainda respirara amanha , é como se fosse feita uma promessa de que hão de tirar teu fôlego mais cedo ou mais tarde, que tu não podes fazer nada para impedir , tu  no máximo consegues tardar a perda, mas não consegue extinguir sua vinda... é uma dor que desatina sem presença todo mal que ainda não veio , mas que por alguma razão você sente que há de vir ... são gritos no silencio que faziam seu coração parar de bater com um grito de tremendo pesar , mas que ninguém te ouve , como se toda sua voz fosse atirada num abismo sem fim , que o único som que consegue propagar é o do ruído do vento passando por qualquer coisa.
            Há se o que eu sinto fosse amor, tantas vezes já senti a morte que já não sei mas se eu sinto ou o quê  sinto, se o fim há de bater em minha porta, por que então não consigo abri-la ou fechar para que ele não entre? Por quê sempre que é bom   tem que ficar ruim? Por quê que sempre que é alegre tem que ficar triste?
            Nas noites que tais indagações acometem meu ser, a única vontade que vem é de não abrir mais os olhos, para não enfrentar a decepção da realidade ,que como uma navalha afiada corta o teu querer , e a fria verdade  encobre tudo com o sangue que é derramado de sua alma , inundando teus puros desejos de felicidades agora em agonia e desespero. 
            Tudo isso é fato, é verídico... Mas é como uma rosa entre espinhos, por algum motivo você sente de querer tira-la dentre eles, tu não sabes o porquê, só sente, que quer tira-la e pôr em segurança, por mais que você saiba que os espinhos vão te machucar, lá dentro sabe que por maior que seja essa dor, tem que tira-la pois se não os espinhos a sufocarão e a matarão, e essa dor será muito maior e irremediável... Tudo que faço faria tudo novamente não mudaria nada, e isso não acaba com um ponto final mais sim com um ponto e uma vírgula, afinal isso é só uma parte da vida;

"Que o vento lhe conforte quando a solidão bater"